Lançamento | 02.08.24

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Assista ao documentário:

História

Qual a importância de um rio?

“Se construírem a usina vão destruir um lugar que sempre ocupamos; vão destruir a natureza; vão destruir a água pela poluição; pela diminuição de oxigênio que a queda do Salto permitia; já na construção vão poluir a água que cria peixe para nós, a água na qual banhamos, a água que levamos para nossas casas…”.

Esse alerta de 1983 é atual. Naquele ano, 14 povos indígenas de Mato Grosso uniram forças para impedir a hidrelétrica Salto dos Peixes na Terra Indígena Apiaká-Kayabi, na bacia do Juruena. Hoje, essa região ainda está ameaçada por novos projetos.

O movimento iniciado pelos indígenas em Mato Grosso na década de 1980 foi pioneiro. Considerado histórico não apenas por ter barrado a usina, mas também por ter iniciado um ciclo de resistências às violações de direitos cometidas por projetos de infraestrutura. As mobilizações passaram a ser realizadas de forma coletiva entre vários povos diferentes. 

Arinos

Um filme repetido

“Assim que ela for construída, não vai ser diferente de outras usinas vai ser a mesma coisa. Prejuízo!”

adverte Luciano Kayabi liderança da aldeia Tatuí, localizada no município de Juara (MT). 

Em Mato Grosso, as populações tradicionais da região do Juruena resistem. A luta histórica travada nos anos 1980 para barrar grandes hidrelétricas continua. Hoje o projeto da usina de Castanheira, projetada para o rio Arinos, coloca em risco a sobrevivência de comunidades indígenas, aumenta a tensão dos conflitos sociais nas cidades do noroeste do Mato Grosso e ameaça a biodiversidade da região.

O noroeste de Mato Grosso, lar de cerca de um quarto das populações indígenas do estado e de milhares de pessoas, preserva um cenário ambiental notável e é um território sagrado com um valor espiritual e cultural imensurável.

No entanto, desde os anos 1970, a região enfrenta ameaças como o agronegócio, a mineração e projetos hidrelétricos. São mais de 180 projetos hidrelétricos planejados e em operação para a bacia do Juruena.

O rio Arinos está no centro desse conflito, especialmente com a proposta de construção da Usina Hidrelétrica Castanheira, que alagará cerca de 10 mil hectares, impactando diretamente as terras indígenas Apiaká-Kayabi, Japuíra, Comunidades Pedreira e Palmital e várias comunidades locais.

Além disso, estão previstas três Centrais Geradoras Hidrelétricas no córrego das Pedras e a CGH Estrela de Fogo no rio dos peixes, cerca de 27 km da TI Apiaká/Kayabi, ampliando os desafios para a conservação ambiental e a sobrevivência das comunidades.

Luta

Uma história única

O documentário “Arinos: uma história única de um filme repetido”, busca compartilhar os processos de luta e resistência da ‘Rede Juruena Vivo’ e daquelas pessoas que vivem na região do rio Arinos, em especial dos que vivem na Terra Indígena Apiaká-Kayabi e nas comunidades Pedreira e Palmital, situados às margens dos rios dos Peixes e Arinos, ambos ameaçados pela construção da UHE Castanheira.

Apesar da recente vitória conquistada nessa luta, é importante entendermos os ciclos de ameaças que existem na região e a necessidade de seguirmos unidos pela defesa da vida. 

A usina, proposta para o rio Arinos, enfrentou forte oposição da população que vive na região devido aos potenciais impactos ambientais, culturais e socioeconômicos, afetando milhares de pessoas e cinco povos indígenas, que não foram consultados adequadamente.

Após uma longa batalha, em 2024, a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA/MT), arquivou o licenciamento ambiental devido uma série de inconsistências nos estudos de impacto ambiental da UHE Castanheira.

Em reunião da Rede Juruena Vivo com o Ministério de Minas e Energia em abril deste ano em Brasília, o órgão federal se comprometeu a retirar o  projeto da Usina Hidrelétrica de Castanheira do Plano Decenal de Energia (PDE), mas sem nenhum anúncio oficial.

A decisão de arquivar o processo de licenciamento ambiental representa uma VITÓRIA, um marco na proteção dos direitos das comunidades e na preservação do meio ambiente, após anos de resistência e luta pela proteção do rio Arinos e da VIDA! Ainda assim, a luta segue para a retirada de vez esse projeto do Plano Decenal de Energia.

Exibições

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Nossa intenção é que este filme se torne uma ferramenta de informação e formação política nesta luta. Pretendemos exibi-lo nas aldeias, nas comunidades locais e em espaços públicos do município de Juara e Sinop (MT), como escolas e universidades.

Com isso, buscamos promover um amplo debate sobre os problemas abordados e fortalecer os laços de articulação entre as comunidades indígenas, a população rural e a urbana, unindo esforços contra a construção desses empreendimentos.

Ficha técnica

Realização

Apoio

Alisson Oliveira
Caio Mota
Emilly Schwingel
Jefferson Nascimento
Midori Hamada
Sílvio Roberto
Thaylon Lopes

Ahmad Jarrad
Alisson Oliveira
Caio Mota
Bruna Obadowski
Daniella Alvarenga
João Carlos
Juliana Pesqueira
Pablo Albarenga
Sílvio Roberto
Thaylon Lopes

Tuca | Thiago Barreto

Kaio de Andrade

Emilly Schwingel

Luiz Almeida

Midori Hamada

Andreia Fanzeres | Opan
Dineva Kayabi | Liderança do povo Kayabi
Divino Moraes | comunidade Pedreira
Dorival Gonçalves | professor da UFMT
Erivan Apiaká | liderança do povo Apiaká
Genir Piveta | comunidade Pedreira (MT)
Jaime Rikbaktsa | Liderança povo Rikbaktsa
Jefferson do Nascimento | MAB
Joaquim Munduruku | Liderança Munduruku
Jones Munduruku | Liderança Munduruku
Leandro Moraes | comunidade Pedreira (MT)
Liliane Gardim | Juruena Vivo
Luciano Tamaná | Liderança povo Kayabi
Michel Andrade | Juruena Vivo
Nokere Tapayuna | Liderança povo Tapayuna
Rafael Nunes | Observa MT
Sebastião Carlos Moeira | Cimi
Tião | comunidade Pedreira (MT)

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